domingo, 17 de fevereiro de 2013

Insubstituível



... Às vezes pego-me pensando no que deixei para trás, no que não pude ter, no que não me deixei ser, no que deixei ir...
Nas noites mal dormidas, nas palavras interrompidas pelo engasgo do choro, nas lágrimas que guardei, nos sonhos que joguei ao mar, nos versos que publicar não ousei ...
Pego-me a pensar nas dores que permiti me rasgarem, nos sorrisos que me alargaram a face, que explodiram em boa energia, mas não duraram uma noite inteira, nos amigos e amores que desejei ser eternos, mas já não estão em minha vida, naqueles que nada deixaram...  
Às vezes pego-me pensando e pergunto-me por que pensar no que já se passou, no que não posso mais ter, no que se foi. É tão difícil aprendermos que certas coisas e pessoas se vão, partem de nós. 
Ao longo dos pensamentos, percebi que dentre todas essas dores de finais, não há maior que a da perda de outro ser humano, saber que não teremos mais aquele corpo junto ao nosso, aquele abraço, aquele sorriso, beijo, aquele levantar de sobrancelhas, aquelas palavras que sempre nos aliviavam o peito, aquele chamar para o almoço, para assistir a um filme, aquele jeito intenso como nos olhava e principalmente todas as lembranças de desejos por pessoas que  nunca pudemos ter conosco, o calor da pele, o cheiro, o toque...
Cada pessoa que amamos tem algo ímpar, que a faz ser parte da gente e não há nada, nem ninguém que substitua da mesma forma, muito embora nunca tenhamos tocado. 



Lúria Stael




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