Poucos são os que ousam perguntar como estamos e esperam ouvir a resposta.
Poucos são os que nos fazem sentir,como na infância,que uma simples brincadeira,
nos enchia de alegria.
Poucos são os que sabem silenciar. E ouvir o que fala o coração.
Poucos são os que sabem usar as palavras,na hora devida, que sabem
mostrar as verdades, sem causar nó na garganta,sem causar lesão.
Poucos são os que sabem escutar o que diz nossa alma,ao invés de só
escutar o que nossos lábios produzem.
Poucos são os que enxergam o que os nossos olhos,por muitas vezes traduzem.
Poucos são os que interessam-se por nossas tristezas, medos, angustias, por nossas
lágrimas e até mesmo por nossos sorrisos.
Poucos são os sabem amar de verdade. E nos fazem navegar sem velas,
por entre mares e rios.
E mais poucos ainda, os que continuam amando intensamente,e se entregando
àquela pessoa que sempre esteve junto, cuidando, zelando, se entregando, mesmo
ao passar do tempo.
Poucos são os que nos fazem sentir em completa liberdade,que nos colocam num
estado de alma absorta, que nos elevam, e que nos tiram o medo.
Poucos são os que doam um abraço e nos fazem sentir livres da dor.
Poucos são os que entregam aos que mais precisam, aquilo que eles teem com
maior valor.
Poucos são os que são humildes em suas grandezas.
Poucos são os que respeitam dos outros as miudezas.
Poucos são os que mostram-se como verdadeiramente são.
Poucos são os que nos momentos difíceis, nos estendem a mão
Poucos são os que ostentam apenas uma face.
Poucos são os que valorizam e procuram viver intensamente a beleza de cada fase.
Poucos são os que não colocam Deus contra a parede, buscando soluções,
respostas, e sem merecer, imploram perdão. Muitas vezes sem saber, que ele
só ouvirá, o que há de verdade no coração.
Poucos são os que leem um bom poema e deixam que aquilo as penetre tão fundo,
que não reste mais espaço para o real, para o mundo que está a volta.
Poucos são os que ousam perder-se neste pequeno, e ao mesmo tempo enorme espaço,sem exactidão, sem assombros, sofrimentos, dor, lamento, mas sem guia, e certa rota.
Poucos são os que leem um bom poema com a alma, entendem com o coração, sem
pensar em explicações, para o por que das palavras escritas, para pensar no sentimento que fez aquilo ser criado, poucos são os que pedem licença a sanidade e a razão.
Lúria Stael